"E o discurso de que, mais uma vez, serão o mercado e a liberalização da economia a resolver o problema já não convence ninguém. No entanto, parece continuar a ser pecado, sinal de pouca modernidade ou falta de realismo, questionar o modelo neoliberal. Desde o discurso da inevitabilidade e da resignação até à insistência em curar o problema com "mais do mesmo", persistimos em não ver o que é óbvio. O que mais é preciso acontecer para dizermos basta?"
Carla Machado in Publico de 20080526
"Só deixando funcionar o mercado reduziremos o desperdício energético"
Francisco Sarsfield Cabral in Publico de 20080526
"A praxe e as "festividades" académicas são mais uma vez notícia pelas piores razões. Em Braga, uma aluna acusa de violação um "cardeal". Em Santarém, finalmente um tribunal condena os atropelos aos direitos elementares cometidos em nome da "tradição". Quando, há cerca de um ano, escrevi neste jornal sobre a praxe tive, por parte de alguns alunos da minha "casa", uma das mais hostis reacções com que já deparei desde que comecei a escrever esta coluna. Pelos vistos, é mais fácil e menos inoportuno criticar o Governo do que os poderes instalados sem qualquer legitimidade nas nossas universidades. (...) É evidente que não é legítimo confundir o todo com a parte (...) Mas isso não anula o facto de o ritual em si mesmo envolver relações de poder arbitrárias, exercício de humilhações várias e uma clara conotação machista e sexual. O que tem isto a ver com os episódios relatados? Nada? E as universidades nada têm a dizer sobre o que ocorre dentro das suas portas (metafóricas ou concretas), entre os seus alunos, nos tempos que a própria universidade aceita para tais "festividades", supostamente "académicas"? Se isto acontecesse numa qualquer empresa, seria admissível o silêncio dos seus responsáveis? (...) O que mais é preciso acontecer para dizermos basta?"
Carla Machado in Publico de 20080526
segunda-feira, 26 de maio de 2008
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